domingo, 26 de setembro de 2010

Memorial do Colégio Santa Clara - de José Mendonça Teles

O texto Abaixo está na seção Crônicas & Outras Histórias, de O Popular de 25 de setembro de 2010. Achei tão lindo que precisava colocar aqui para deleite do leitor.

Memorial do Colégio Santa Clara
JOSÉ MENDONÇA TELES
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. E foi sob a bênção do Senhor e inspiradas na oração de São Francisco de Assis e também abençoadas por Santa Clara que as irmãs franciscanas deixaram a pátria alemã e rumaram para o Brasil, atendendo solicitação dos padres redentoristas de Goiás, para o trabalho de evangelização e criação de uma escola. Eram elas: Maria Bonifácia Vordermayer, Maria Benedita Telfemeior, Maria Ludmilla Schoropp e Maria Willibalda Mayer.
Onde houver ódio, que eu leve o amor. Cientes de que a jornada requeria humildade, persistência e, sobretudo muito amor, elas saíram de Amsterdã no dia 10 de agosto de 1921, no vapor Zeelândia. Depois de 17 dias viajando por "mares nunca dantes navegados", chegaram ao Rio de Janeiro.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Do Rio, seguiram para Aparecida do Norte, acolhidas pelos padres redentoristas, para o aprendizado da língua e a interação com o povo, seus costumes e métodos de ensino a serem ministrados.
Onde houver discórdia, que eu leve a união. No dia 10 de outubro, em companhia do padre Carlos Hillenbrand, superior dos redentoristas em Goiás, as irmãs pegaram o caminho para o Centro-Oeste. Em viagem de trem, cortando o interior paulista e mineiro, no dia 16 de outubro chegaram a Roncador, última estação ferroviária de Goiás.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Seguiram de automóvel para Bonfim, atual Silvânia, onde pernoitaram e no dia seguinte foram para Bela Vista. Enfrentando chuvas e atoleiros, numa viagem que demorou dois dias, as irmãs chegaram a Campinas pela manhã do dia 18.
Onde houver erros, que eu leve a verdade. Toda a população da Campininha, aproximadamente 300 pessoas, festejou a chegada das irmãs, com palmas e missa festiva, celebrada pelos padres Carlos Hillenbrand e Miguel Eigi.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança. E as quatro irmãs chegaram, depois de longa viagem, trazendo nos olhos o magnetismo da esperança e nas mãos a semente do idealismo, plantada e adubada no solo fértil da goianidade.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. E aquelas quatro alemãezinhas, frágeis, que inicialmente viviam na clausura, tinham, agora, a sua frente o campo aberto da liberdade, para adubar o sonho que as alimentava, fundar um colégio.
Onde houver trevas, que eu leve a luz. Assim nasceu o Colégio Santa Clara, que no dizer da historiadora irmã Áurea Cardoso Menezes "surgia na pobreza franciscana para espargir as luzes da fé e da cultura".
Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. E a sementinha trazida pelas irmãs franciscanas da Alemanha, plantada no campo fértil da Campininha, se fez árvore e vieram os frutos, muitos, nas gerações que se sucederam.
navegados", chegaram ao Rio de Janeiro.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Do Rio, seguiram para Aparecida do Norte, acolhidas pelos padres redentoristas, para o aprendizado da língua e a interação com o povo, seus costumes e métodos de ensino a serem ministrados.
Onde houver discórdia, que eu leve a união. No dia 10 de outubro, em companhia do padre Carlos Hillenbrand, superior dos redentoristas em Goiás, as irmãs pegaram o caminho para o Centro-Oeste. Em viagem de trem, cortando o interior paulista e mineiro, no dia 16 de outubro chegaram a Roncador, última estação ferroviária de Goiás.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Seguiram de automóvel para Bonfim, atual Silvânia, onde pernoitaram e no dia seguinte foram para Bela Vista. Enfrentando chuvas e atoleiros, numa viagem que demorou dois dias, as irmãs chegaram a Campinas pela manhã do dia 18.
Onde houver erros, que eu leve a verdade. Toda a população da Campininha, aproximadamente 300 pessoas, festejou a chegada das irmãs, com palmas e missa festiva, celebrada pelos padres Carlos Hillenbrand e Miguel Eigi.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança. E as quatro irmãs chegaram, depois de longa viagem, trazendo nos olhos o magnetismo da esperança e nas mãos a semente do idealismo, plantada e adubada no solo fértil da goianidade.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. E aquelas quatro alemãezinhas, frágeis, que inicialmente viviam na clausura, tinham, agora, a sua frente o campo aberto da liberdade, para adubar o sonho que as alimentava, fundar um colégio.
Onde houver trevas, que eu leve a luz. Assim nasceu o Colégio Santa Clara, que no dizer da historiadora irmã Áurea Cardoso Menezes "surgia na pobreza franciscana para espargir as luzes da fé e da cultura".
Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. E a sementinha trazida pelas irmãs franciscanas da Alemanha, plantada no campo fértil da Campininha, se fez árvore e vieram os frutos, muitos, nas gerações que se sucederam.
Pois é dando que se recebe. É perdoando, que é perdoado. O Colégio Santa Clara, de minha saudosa prima irmã Nelly e de outra prima, no batente até hoje, irmã Maria Ludmilla, comemora os seus 88 anos de vida recordando em seu memorial, hoje inaugurado, todo o momento histórico de sua vida e que jamais se esquecerá da sementinha alemã, pois É morrendo que se vive para a vida eterna. Amém!

Coluna publicada em 25/09/2010