segunda-feira, 22 de agosto de 2011

122 anos de Cora Coralina



Sábado, 20 de agosto de 2011,  seria aniversário de 122 anos de Cora. Melhor seria dizer: foi aniversário de Cora, dado que sua presença,  em produção e criação, ficou, para o refresco da alma. Presto aqui minha homenagem, faço meus agradecimentos pela oportunidade de conhecer alguns de seus versos. E registro um fragmento de Cântico Excelso, que retiro da pérola/livro que ela  chamou de  Vintém de Cobre ( de onde mais poderia sair um nome deste senão dos becos de Villa Boa de Goyaz ?).
Porque Cântico Excelso? Porque aqui ela faz um reconhecimento ao Mestre. Para algúem como eu, que reconhece (e isso aprendi com meu Mestre) que o humano não se faz sozinho,  que o filhote de humano só vira filho por transmissão, que vai além do DNA, por transmissão de um DNA Outro, por transmissão, através da linguagem, de um novo mundo, o Simbólico.
Para alguém se transformar em gente é preciso aprender com outro alguém. Dai a riqueza de cada um estar ligada ao lugar do Mestre.  E Cora sabe disso:  
“…Revivo a velha escola e agradeço, alma de joelhos, o que esta escola me deu,  o que dela recebi.  A ela ofereço meus livros e noites festivas, meu nome literário.
Foi  pela didática paciente da velha mestra que Aninha, a menina boba da casa, obtusa,  do banco das mais atrasadas se desencantou em Cora Coralina.
Lugar de honra para minha mestra e para todas as esquecidas  Mestras do passado. Mestra Silvina – beijo suas mãos cansadas, suas vestes remendadas.”

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