sexta-feira, 29 de julho de 2011

É MAIS DO QUE FUTEBOL !


Paulo Faria

Nos últimos dias, um gesto do atancante Kleber do Palmeiras, que continuou uma jogada mesmo com um adversário estirado ao chão – era uma partida do campeoanto brasileiro, não me lembro qual o adversário -  fez vir a tona a história do fair play, o jogo limpo, história que eu não conhecia.  E que além de bela, me faz pensar até mesmo como se fez e como se faz  o meu desejo de me apresentar como botafoguense.
 A história do fair play eu encontreu num blog chamado “Mundo Botafogo”, onde Rui Moura narra a coisa mais ou menos assim:
“Em 27 de Março de 1960, durante um disputado Clássico Vovô, pelo Torneio Rio-São Paulo, Pinheiro (do Fluminense) disputou uma bola com Quarentinha (do Botafogo) no início do segundo tempo e caiu com uma distensão muscular. A bola sobrou para Garrincha, que invadiu a área e podia fazer o gol. Mas o que fez o imprevisível Garrincha nesse momento que se tornou sublime? Vendo Pinheiro caído, e como se fizesse a coisa mais natural do mundo, atirou tranquilamente a bola para fora a fim de Pinheiro ser assistido, e apesar de estar no meio do incêndio das paixões de um clássico...
O lance já teria sido belo e eterno por si mesmo, mas não parou aí. O tricolor Altair, encarregado da cobrança do lateral, compreendeu que tinha que retribuir e simplesmente deixou a bola quicar. E a bola foi do Botafogo. Todos no estádio aplaudiram o fabuloso lance...”
Achei lindo também. Achei que é bom ter coisas assim para parecer que o cuidado com a vida predomina, mesmo  “no meio do incêndio das paixões”. Achei Garrincha genial, mesmo que  ele não soubesse disso. Não importa que ele não soubesse a grandeza do ato.  Importa que descubro por aí a minha veia botafoguense.
Não é tanto pelo futebol, embora confesse que gosto muito, demais, principalmente do futebol bem jogado, daquele dos craques, mas tem alguma coisa a mais na identidade, minha, alvi-negra. Gostei  desde o dia em que ganhei de meu pai, aos 6 anos,  um jogo de futebol de botão, do Botafogo,  que tinha, entre outros, Jairzinho, que acabara de ser “o furacão da copa”, a de 1970.
          Hoje gosto ainda mais, de um outro Botafogo, por causa das histórias de gente muito genial, gente que produziu, cada pessoa a seu modo, muita graça e poesia: Garrincha e seu fair play,  Armando Nogueira, Nilton Santos... gente que fez brotar histórias que me fizeram amar,  mesmo com  poucos campeonatos vitoriosos, e a ausência de novos craques,  a poesia que exala deste lugar que meu amigo, e desconhecido, Rui Moura, chama de  “Mundo Botafogo”. 

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